Durante quatro meses, o Fantástico, da TV Globo, investigou um esquema de funcionários fantasmas na Fundação Leão XIII, no Rio de Janeiro. Seis servidores, que ganhavam bons salários para trabalhar na entidade de assistência social atendendo a população de baixa renda, não apareciam no serviço. No horário do expediente, estavam passeando, cuidando do corpo, ou se dedicando a outras atividades, segundo a reportagem exibida neste domingo (23).O Leão XIII é de responsabilidade do Governo do Estado.
Créditos/ Portal JonadaAs investigações chegaram até o município de Conceição de Macabu. Manoel Rampini Filho, que deveria estar trabalhando na cidade, foi encontrado em momentos de atividade física no Rio de Janeiro em diferentes dias da semana. Em abril, ele foi nomeado como chefe do núcleo e um mês depois ganhou aumento de salário, passando de R$10 mil para R$12 mil, sendo funcionário do estado.
A equipe do Fantástico chegou a pegar a estrada por quatro horas e veio até Conceição de Macabu. Dois funcionários no posto da Leão XIII na cidade confirmaram que Manoel nunca bateu ponto na unidade. Uma semana depois da conversa, ele foi exonerado.
O Fantástico pediu à Fundação Leão XIII as folhas de ponto de todos os servidores citados nesta reportagem, mas os documentos, que são públicos, não foram enviados.
Segundo o Fantástico, 18 pessoas foram exoneradas no estado após a investigação. Entre elas, todos os seis servidores flagrados pela reportagem.
A Fundação e o governo do Rio não quiseram gravar entrevista. Em nota, a Leão XIII informou que as folhas de ponto são assinadas pelos funcionários e fiscalizadas pelos gestores mensalmente e disse que abriu sindicância para apurar a denúncia do Fantástico.